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Tênis com sapato

Colocar pneus de medidas diferentes sem manter o mesmo diâmetro externo nem observar os índices de carga e velocidade do produto original pode provocar um acidente fatal

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Depois de constatar que chegou a hora de trocar os pneus do carro, o motorista, que nunca havia usado o estepe, tem uma surpresa ao abrir o porta-malas e verificar que o reserva não tem a mesma medida do original. Aí vem a dúvida: será que posso aproveitá-lo, comprando apenas três pneus novos, em vez de quatro, deixando um dos usados para o sobressalente? Pode! Nesse caso, a montadora, por uma questão de limite de espaço ou falta do produto original, optou por uma medida diferente. Mas, para evitar que isso afete a segurança, o fabricante do veículo respeitou o princípio da equivalência de medida (ver infografia), que consiste em manter o mesmo diâmetro externo do pneu. E essa regra vale para qualquer troca. Mas é importante lembrar que pneu tem data de validade, geralmente cerca de cinco anos, contados a partir da data de fabricação, estampada na lateral do produto. Então, observe bem o estepe antes de colocá-lo na roda.

De acordo com Vinícius Sá, coordenador de marketing da linha de automóveis e caminhonetes da Goodyear, ao usar pneus de medidas diferentes, sem respeitar o diâmetro externo, o veículo vai apresentar instabilidade e uma tendência direcional para o lado do pneu de menor diâmetro (volante puxando). “Isso pode ser muito perigoso em situações mais extremas, como em frenagens e desvios de emergência e em curvas mais fechadas”, alerta. Outros problemas que podem ser gerados por esta diferença são: desgaste prematuro do diferencial, que será mais exigido; desajuste na suspensão, que tem o seu curso alterado; problemas na direção, pois o pneu pode encostar na caixa de roda; e erro de leitura do velocímetro, que pode levar o motorista a uma multa por excesso de velocidade.

ESTOURO Não é apenas o princípio da equivalência que deve ser observado no momento da troca. O motorista também precisa ficar atento para os índices de carga e velocidade, pois todo pneu é desenvolvido e homologado pelo fabricante do veículo, respeitando essas características do modelo. Ao usar um pneu que tenha índice de carga menor (se for maior, não tem problema) do que o previsto para o original, o motorista corre o risco de ter algumas surpresas bem amargas ao rodar com o veículo carregado: estouro ou soltura da banda de rodagem. Imagine se isso ocorre a 110km/h? As chances de um grave acidente são grandes. Mas, se usar um produto com índice de velocidade menor, também corre o risco de se envolver em uma batida fatal, pois, neste caso, o pneu pode sofrer, entre outros coisas, descolamento da banda de rodagem.

MISTO Para aqueles motoristas que optam por usar pneus de uso misto (asfalto/terra) apenas por rodar alguns poucos quilômetros por ano em estradas não pavimentadas, Vinícius Sá alerta para o prejuízo no bolso, “pois um pneu deste tipo vai durar muito menos ao ser usado a maior parte do tempo no asfalto, além de proporcionar menos estabilidade e conforto, pois é mais barulhento”.

DESENHO Ao trocar apenas dois pneus – lembre-se sempre de que os em melhores condições devem sempre permanecer no eixo traseiro –, o motorista encontra uma promoção de uma marca diferente dos que estão instalados na frente. Isso pode? Pode, mas a performance, seria afetada e o comportamento do veículo, também. O melhor é seguir o princípio básico da homogeneidade, ou seja, manter os quatro pneus com as mesmas medidas, índices e desenhos da banda de rodagem, para garantir o melhor desempenho daqueles que são os únicos elos entre o carro e o chão.