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Testamos o utilitário Pik Up cabine dupla da Mahindra

Modelo indiano é montado em regime CKD no Amazonas

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Design no melhor estilo "quadradão" chamou muito a atenção pelas ruas

Você compraria um carro indiano? Antes de responder a essa pergunta, vamos voltar um pouco no tempo, algo em torno de 15 anos. Se no final dos anos 1990, alguém perguntasse se você investiria na compra de um carro sul-coreano, é quase certo que a resposta fosse 'não'. Naquela época, até os automóveis japoneses - hoje sinônimo de confiança e durabilidade - sofriam certo preconceito por parte dos consumidores brasileiros. Pois bem, as marcas da Coreia do Sul evoluíram e hoje são tão cobiçadas que até lideram as vendas em alguns segmentos. Quem passa por esse momento de incerteza no panorama atual são os veículos chineses. Mas ninguém tem dúvida de que em poucos anos os carros da China (principalmente daquelas marcas que estão investindo em fábrica no país) estarão disputando o mercado com as ditas nacionais.


Voltando para a pergunta feita no início do texto, será que os brasileiros apostariam suas fichas em um carro da Índia? O primeiro passo para acabar com o preconceito é testar o carro.

Forte motor 2.2 turbodiesel leva o gigante de duas toneladas sem fazer esforço



À primeira vista, o utilitário indiano - que é montado no Amazonas em regime de CKD (com peças importadas desmontadas) - não é apaixonante. O design transpira robustez por todos os lados. Não procure por curvas refinadas e faróis delicados. A picape da Mahindra carrega o melhor estilo jipão de guerra - e tem muita gente que gosta.

Antes de falar do acabamento no interior do Pik Up, é preciso ressaltar que o utilitário da Mahindra tem como foco o uso comercial. Não espere muito conforto e mimos de modelos feitos para o uso urbano. O utilitário indiano é espartano no acabamento, mas também tem algumas surpresas agradáveis, como rádio com entrada USB; anel de ignição iluminado (o que ajuda muito à noite); ajuste elétrico para os retrovisores; piloto automático; e regulagem de altura dos faróis (que vêm com sistema "follow me", que mantém as luzes acesas por um determinado tempo depois que você sai do veículo).

Outra agradável surpresa foi o motor do Mahindra Pik Up, o mHalk 2.2 turbodiesel que desenvolve 120 cavalos de potência e 29,5 kgfm de torque. O propulsor entrega força em baixas rotações, o que garante uma saída muito forte do gigante de duas toneladas. A troca de marchas exige um pouco de paciência do condutor, pois os engates não são precisos. Também não é fácil manobrar o Pik Up. É preciso dar algumas voltas no volante para fazer uma curva mais fechada. Porém, basta dar uma pisada de leve no pedal direito para você sentir toda a força do motor indiano e esquecer as durezas na condução do utilitário.

Interior é espartano, mas entrega boa gama de itens de série



O Pik Up Mahindra não chega para concorrer no mercado com Hilux, S10 ou outra picape média que domina o segmento no país. A marca da Índia foca, nesse primeiro momento, nas empresas e trabalhadores que precisam de um utilitário de força e resistência para todos os tipos de terreno. A versão com cabine dupla e tração 4x4 que nós testamos será vendida no Recife por R$ 79.900. Há ainda uma versão de cabine simples no chassis por R$ 66.900.