De São Paulo* - Ele não é o mais belo, o mais barato e nem o de performance mais emocionante. Ainda assim, mesmo no fim do primeiro ciclo de sua 11ª geração, o Toyota Corolla fechou 2016 vendendo mais que seus principais concorrentes juntos. Chegada a hora de reestilizar seu sedã médio, a Toyota se mostra confiante no projeto, tendo feito apenas um pequeno retoque.
Para notar o que mudou é preciso colocar os Corollas lado a lado. Na dianteira, novos faróis e grade ficaram mais delgados, e o para-choque tem tomadas de ar alongadas, dando a impressão de um veículo mais baixo e largo, além de vincos profundos nos cantos. As lanternas ganharam nova disposição de cores e trazem a seção superior translúcida, alinhadas com a barra cromada. A lateral tem linha de cintura mais elevada e as rodas ganharam novo desenho.
Por dentro, as mudanças são ainda mais discretas. As saídas do ar-condicionado agora são circulares, o relógio digital foi deslocado das saídas de ar centrais para repousar ao lado da tela do sistema multimídia, e a telinha do quadro de instrumentos ganhou cores. O porta-malas continua com os mesmos 470 litros de volume. O revestimento em couro nos bancos continua cinza nas duas versões de entrada e linho claro na topo de linha.
ESPORTIVADO A reestilização trouxe de volta a versão XRS, com visual esportivo (só estilo!): aerofólio com luz de freio de LED, saias laterais, frontal e traseira, rodas diamantadas de 17 polegadas com acabamento preto brilhante, faróis com LEDs e ponteira de escapamento cromada. O interior tem acabamento em preto.
Mas os motores são os mesmos: 1.8 flex de 144cv e 18,6kgfm de torque (com etanol) e 139cv e 17,7kgfm (com gasolina); e 2.0 flex de 154cv e 20,7kgfm (e) e 143cv e 19,4kgfm (g). Nos dois casos, o câmbio é automático CVT que simula sete marchas. Para manter o nível de conforto, adoção das rodas de 17 polegadas levou a uma nova calibração dos amortecedores e a elevação da suspensão em 5mm. O isolamento acústico foi reforçado no painel corta-fogo e nas portas dianteiras.
PREÇOS E CONTEÚDO Quanto ao conteúdo, o Corolla finalmente ganhou controles de estabilidade e tração, cuja ausência foi frequente alvo de críticas. Além disso, o modelo traz de série na versão de entrada 1.8 GLi (R$ 90.990) assistentes de partida em rampa e de frenagem, luzes de frenagem de emergência, airbags frontais, laterais, de cortina e de joelho, Isofix, freios ABS, bancos revestidos em couro, rodas de 16 polegadas, ar-condicionado, retrovisores com ajustes elétricos, volante com ajustes de altura e distância e sistema de som com Bluetooth.
Já o Corolla 2.0 XEi (R$ 99.990) acrescenta ar-condicionado digital, chave presencial (destravamento e partida), controle de velocidade de cruzeiro, rodas de 17 polegadas, luzes diurnas, faróis de neblina, acendimento automático dos faróis, painel de instrumentos com tela colorida e sistema multimídia com tela de sete polegadas, TV digital, DVD, navegação e câmera de ré. O Corolla 2.0 XRS (R$ 108.990) tem o mesmo nível de equipamentos, se diferenciando pelo estilão esportivo. A versão topo de linha Altis 2.0 (R$ 114.990) tem ar-condicionado de dupla zona, regulagem elétrica do banco do motorista, sensor de chuva, retrovisores com rebatimento elétrico e faróis com LEDs.
Como não houve mudanças mecânicas, o desempenho do Corolla continua o mesmo. Dirigimos a versão 2.0 XRS, de comportamento dócil e suave, Não sobra e nem falta motor. A suspensão é confortável e proporciona segurança nas curvas. O Corolla não tem o design arrojado do Honda Civic, o motor 1.4 turbo com preço atraente do Chevrolet Cruze e muito menos o desempenho dos franceses (Citroën C4 Lounge e Peugeot 408), que usam o motor 1.6 THP. Quem compra esse modelo não procura por esses predicados, mas escolhe o Corolla porque sabe que é "feijão sem bicho", não vai dar problemas, e tem um meio termo do que os concorrentes trazem.
* Jornalista viajou a convite da Toyota