Quando se pensa em roadster, os aficionados logo vão pensar em um conversível pequeno, com lugar para apenas dois e, em nome da esportividade, tração traseira. Só que o Mini Cooper Roadster é daqueles que rompem com a tradição duplamente. Para começar, tem tração dianteira, no que segue a tradição da Mini, porém muda a concepção do gênero. Em segundo lugar, é o primeiro Mini para apenas duas pessoas. O conversível começa a ser vendido no fim do mês, com preço inicial de salgados R$ 132.900 pedidos pela versão aspirada, de 122cv. Curiosamente, o Roadster S com o motor turbo de 184cv sai por apenas R$ 12 mil a mais, por R$ 144.950, ou R$ 151 mil quando equipado com o kit John Cooper Works, que não adiciona rendimento como de costume, mas apenas o kit aerodinâmico e rodas maiores. De qualquer jeito, a Mini espera vender mais de 100 unidades por ano.
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A diferença de cavalaria é considerável: são 62cv (o equivalente a um popular 1.0), sendo que cada um desses sai por R$ 192. Não à toa, o Roadster S será o mais vendido. O 1.6 16V é o mesmo motor projetado pela BMW (controladora da Mini) com a PSA, mas gera apenas 122cv a 6.000rpm e torque de 16,3kgfm a 4.500rpm. Como o mais caro, o básico vem com câmbio automático de seis marchas, com trocas sequenciais. A aceleração aos 100km/h é cumprida em 10,5 segundos e a velocidade máxima fica nos 192km/h. Já o Roadster S ganha turbocompressor e chega aos 184cv a 5.500rpm e torque de bons 24,4kgfm de 1.600rpm aos 5.500rpm, que passam para 26,5kgfm com o overboost acionado, aumentando a pressão do turbo de 1 quilo para 1,2 quilo e ajuda o carro a ir aos 100km/h em 7,2 segundos e chegar aos 222km/h. O esquentado JCW de 211cv chegará apenas em 2013.
CORPINHO Números de carro grande, mas o fato é que o Roadster tem o mesmo porte do hatch: o modelo dispensa o banco traseiro, então marca 3,72 metros contra 3,69m do original, enquanto o entre-eixos mantém os 2,46m. Para dar um jeitão mais esportivo, a altura é de apenas 1,38m. O porta-malas leva 240 litros, contra 260l do cupê. A traseira embute spoiler, que pode ser acionado automaticamente após os 80km/h ou manualmente pelos que querem chamar ainda mais a atenção.
A capota de tecido tem acionamento manual. Nesse ponto, parece uma Alfa Romeo Spider das antigas: basta destravar a alavanca junto ao para-brisa e recolher a capota com o braço, escamoteando até ouvir um clique que indicará que ela está no lugar. Prático, mas os menos saudosistas vão preferir o acionamento elétrico, que chegará como opcional ainda no primeiro semestre. Aberto, o carrinho exibe barras de capotagem. Entre os itens de série, traz direção elétrica, ar-condicionado, trio elétrico, além de sensor de estacionamento traseiro, airbags frontais, laterais e do tipo cortina, freios ABS com EBD, controles de tração e de estabilidade e indicador de pressão dos pneus – do tipo run-flat, que rodam mesmo furados.
CORRENDO O teste foi composto de duas voltas em circuito fechado, sendo que estava disponível apenas o Roadster S com kit JCW. Porém, o tira-gosto foi suficiente para notar que o Rodster não perdeu muito em aderência em relação ao cupê de mesma configuração, sempre na mão e com reações previsíveis. A suspensão é independente nas quatro rodas e ficou bem dura com os pneus 205/45 e rodas aro 17 – o S original tem pneus 195/55 e rodas aro 16. Mesmo com câmbio automático, com borboletas no volante, o Mini cumpriu todas as provas com entusiasmo. Nesse ponto, segue a linhagem dos roadsters em tudo, sem perder o DNA da Mini, que prega a combinação de motor transversal e tração dianteira. Uma tradição revisitada.
Jornalista viajou a convite da Mini