UAI

Velozes e furiosos 5 / Operação Rio - Nada além de adrenalina

Filme vai agradar os que gostam de músculos e alta velocidade

Publicidade
Foto:

Vin Diesel e Paul Walker estão juntos, mais uma vez velozes e, claro, furiosos



Diante da repercussão quando da première de Velozes e furiosos 5 – Operação Rio, no mês de abril, na capital fluminense, é difícil que um espectador chegue na sala de cinema para assistir à mais nova produção da franquia músculos/alta velocidade sem uma opinião formada. Das duas, uma: ou ele vai atrás de adrenalina, razão de ser do filme ou, curioso diante de tanta publicidade, vai conferir o que os gringos fizeram com a Cidade Maravilhosa. Não há dúvida que o primeiro grupo vai se dar melhor. Ao segundo, só resta rir diante de tantas impropriedades ou se indignar pelo mesmo motivo.

Velozes e furiosos nasceu há exatos 10 anos. O primeiro filme colocava, lado a lado, um tira infiltrado (Brian O'Conner, interpretado por Paul Walker) e o líder de uma gangue de corridas de rua (Dominic Toretto, papel de Vin Diesel). No decorrer da história, o segundo personagem se revelou bem distante do vilão que o início do filme apresentou. Afastar os personagens da dualidade bem versus mal comum nos filmes de ação já é um mérito

A franquia se revelou maior do que seus personagens, tanto que a dupla não está em todos os filmes. O segundo Velozes contou com somente Paul Walker e o terceiro, que teve o subtítulo Desafio em Tóquio, traz outros protagonistas. Os dois voltaram a se encontrar no filme número quatro. Velozes 5, mesmo com ambos no elenco, é definitivamente um filme de Vin Diesel – Walker aparece como um coadjuvante de luxo e vai perdendo espaço no decorrer da trama. Não poderia ser diferente. O ator nova-iorquino é hoje um dos principais nomes da lista de fortões que vêm substituir os já cansados de guerra Stallone, Schwarzenegger e congêneres. Os fãs da série ainda vão encontrar, reunidos, vários personagens que participaram de versões anteriores.

Veja o trailer:



Eles chegam ao Brasil porque O'Conner e Mia (Jordana Brewster), responsáveis pela fantástica fuga de Dominic de um ônibus que trasladava presos, têm que se esconder em algum lugar. Na visão apresentada no filme, o Brasil é um país onde é possível que o mafioso local guarde seu rico dinheirinho numa caixa forte em plena delegacia de polícia. Logo a seguir, vemos os três se encontrando com Vince (Matt Schulze), antigo companheiro de gangue de Dominic, vivendo numa favela com mulher e filho brasileiros, se preparando para um grande golpe.

Daí começa a ação principal do longa, o terceiro da série dirigido por Justin Lin. De um lado temos os ladrões, agora bonzinhos, do outro um mafioso (Joaquim de Almeida, ator português, tentando se passar por brasileiro) e seus comparsas. E dá-lhe ator tentando falar português com sotaque risível, carros inimagináveis para a indústria automobilística nacional, trem de passageiro com padrão europeu e até mesmo um cânion, em meio ao deserto, bem ao lado do Rio de Janeiro!

Que fique claro: as cenas rodadas no Rio – o filme é aberto com aquela imagem padrão, um plano geral da Baía de Guanabara com o onipresente Cristo Redentor – foram feitas em não mais que alguns pares de dias e somente com o elenco principal presente. Todo o miolo foi filmado em Porto Rico, mais próximo dos Estados Unidos, barato e com cenário adequado para as travessuras sob duas rodas.

A inverosimilhança da história – até os biquínis das "cariocas" não poderiam, em hipótese alguma, estar nas areias de Ipanema – deve ser levada com bom humor. Velozes e furiosos 5 é filme de ação, que não merece uma discussão maior. Se você pretende ver o filme para ver o "Brasil" que ele apresenta, não perca seu tempo.


NOTA VELOZES E FURIOSOS 5 – OPERAÇÃO RIO