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VISIBILIDADE - Olho que nem tudo vê

Cesvi faz análise sobre pontos cegos em todos os ângulos de diversos modelos e lança índice, classificando os automóveis de grande volume de vendas em 13 categorias

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Foto:

João Montsserrat

A visibilidade para o motorista é questão de segurança. Sem enxergar, a difícil tarefa de dirigir torna-se penosa. Preocupado com os acidentes provocados pela falta de visão adequada - fator de grande influência no aumento do perigo -, tanto na traseira quanto em pontos cegos, o Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi) fez um estudo e classificou cerca de 80 automóveis em 13 categorias de acordo com a proporção de visibilidade. Foram avaliadas a traseira, lateral e dianteira, respectivamente, pelo espelho retrovisor interno, espelhos laterais e feita a verificação da obstrução visual causada pela coluna A - que sustenta o pára-brisa -, considerando-se a medição e análise das áreas não-visíveis ao motorista.

MEDIÇÃO
Segundo Emerson Feliciano, coordenador da área de pesquisa e desenvolvimento do Cesvi, o teste pretendeu medir os pontos cegos dos veículos. "Em área de aproximadamente 300 metros quadrados, instalamos um campo de medição, para testar a visibilidade dianteira e lateral, usando um objeto, para simular uma moto. Pela movimentação, conseguimos identificar os pontos em que não é possível visualizá-la. Para visão traseira, simulamos uma criança de 2 anos de idade, porque, nos Estados Unidos, por exemplo, temos grande número de atropelamentos em garagens domésticas por SUVs, porque não dá para ver a criança. Em alguns veículos, não dá para vê-la a 20 metros de distância", explica.

PECULIARIDADES
De acordo com o coordenador, algumas particularidades de cada veículo melhoram a visibilidade. "Na dianteira, a largura da coluna influencia diretamente. Carros que têm a vigia lateral junto ao retrovisor proporcionam melhor visibilidade, pois, sem ela, no lugar estaria a coluna, com lataria do lado de fora. A vigia suaviza a estrutura, tornando-a mais fina. Lateralmente, retrovisores externos mais largos proporcionam melhor visibilidade, assim como os convexos. Na traseira, a largura do retrovisor interno facilita a visão. A inclinação da parte de trás do veículo em relação à dianteira também deve ser observada, pois quanto mais alta é a traseira, tendo a parte da frente como referência, o motorista tende a ter a visão inclinada, mais para o céu", afirma.

CINCO ESTRELAS
A classificação por índice de visibilidade varia de 0,5 a 5 e quanto maior melhor é a visibilidade. Apenas um veículo teve a nota máxima: o cupê Nissan 350Z. "Esse carro tem os retrovisores mais largos, as colunas dianteiras mais finas e está próximo ao solo, contribuindo para aprimorar a visibilidade traseira", comenta Feliciano.