O Phaeton foi uma aposta arriscada da Volkswagen. Criado como um sedã top de linha em 2002, o carro não deixava nada a desejar em relação aos modelos mais caros da companheira Audi ou das rivais BMW e Mercedes-Benz. Mas o carro encomendado pelo então chairman Ferdinand Piëch para ser um dos melhores sedãs do mundo nunca alcançou o estrelato, prejudicado pelo preço e pela falta de tradição da VW no segmento. A fábrica transparente de Dresden construída especialmente para o carro tem capacidade para 20 mil carros/anos, mas nos quatro primeiros anos produziu apenas 25 mil modelos, a grande maioria vendida no mercado doméstico. O insucesso foi tamanho que o carro deixou de ser vendido nos EUA em 2006.
Toda essa introdução serve também como explicação para o fato do carro ter ficado oito anos sem uma remodelação extensa, que só foi apresentada hoje, para ser apresentada no Salão de Pequim. O modelo ganhou uma face mais agressiva, com capô elevado e uma grade mais imponente, integrada ao conjunto e com uma moldura que traz duas barras centrais. Os faróis incorporaram luzes diurnas em uma fileira de oito LEDs que servem como base para os dois "canhões".
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O para-choque novo também traz LEDs, que atuam como luzes de neblina, além de insertos cromados. O perfil clássico de limusine, com largas colunas traseiras, permanece quase que intocado, com destaque apenas para as rodas redesenhadas. A traseira incorpora lanternas de LEDs redesenhadas e manteve as saídas de escapamento integradas ao para-choque.
Beleza interior
Por dentro, um novo volante e um display no painel fazem conjunto ao acabamento renovado. Tal como na primeira versão, o carro renovado também tomou emprestado avanços do Audi A8. No caso o sistema de navegação com opção pelo sistema Google Maps. A sofisticação técnica implica em uma grande complexidade, representada por 60 unidades eletrônicas de comando, além de 2 mil cabos diferentes que juntos chegam a 3,2 km.
De acordo com a Volkswagen, o sistema de climatização do Phaeton é um dos mais avançados do mundo e monitora a umidade constantemente, além de permitir quatro zonas de ajuste. O ar-condicionado é capaz de manter a temperatura constante de 22º mesmo em situações exigentes como, por exemplo, com o carro rodando em uma velocidade constante de 300 km/h em um local onde a temperatura chegue aos 50º. Tudo foi projetado para suportar as piores exigências.
A lista de equipamentos de série inclui, além do ar-condicionado e GPS, revestimento interno em couro com detalhes em madeira, vidros laminados em todas as janelas, com tratamento anti-ruído, bancos elétricos dianteiros ajustáveis em 18 direções, além dos já esperados oito airbags, freios ABS com EBD e salvaguardas como controles eletrônicos de tração e de estabilidade. Bem ao gosto do mercado chinês, há duas opções de entre-eixos: curto com 2,88 metros e longo, com 3 metros, o que estende o comprimento total de 5,05 m para 5,17 m.
Sofisticação mecânica
É claro que de nada serviria tanto luxo se a base mecânica não justificasse a etiqueta de preço. Construído sobre a plataforma D1, a mesma que serve a outros modelos de luxo do grupo, como os Bentleys Continental GT e Flying Spur, o Phaeton conta com tração integral 4Motion. O conforto de rodar é assegurado pela suspensão pneumática com sistema de amortecimento controlado eletronicamente. São duas opções de motor. A mais frugal e popular V6 3.0 TDI com 240 cv e o mais brutal W12 6.0 de 450 cv de potência, que acrescenta freios a disco dianteiros feitos em fibra de carbono com cerâmica. O Phaeton renovado começa a ser vendido na Europa em agosto deste ano.