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Volvo entra no mercado de SUVs compactos com o XC40

Equipado com sistema de condução semiautônoma e vários itens focados em segurança, o XC40 praticamente anda sozinho e custa a partir de R$ 169 mil

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Dirigirimos o Volvo XC40
Dirigirimos o Volvo XC40 Foto: Dirigirimos o Volvo XC40

No Brasil, como no mundo, podemos segmentar as montadoras de automóveis de diversas formas, uma delas, pelo nível dos carros (de entrada, premium, luxo, esportivos, nicho). Lógico que uma mesma marca consegue atuar em dois, até três desses segmentos. As maiores, obviamente, são as que produzem modelos mais baratos, voltados para o grande público. Entre os iniciais e os topos, os números afunilam.

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Uma empresa que produz um produto para um grupo seleto tem dificuldade em disputar mercado com aquela que fabrica para a maioria. Mas isso vem mudando. A Volvo, por exemplo, sempre foi classificada como uma empresa de luxo, consequentemente, seus produtos são mais caros que os das montadoras de outros segmentos. No entanto, principalmente no fator preço, os veículos de categorias diferentes estão cada vez mais próximos e a sueca é a primeira a dar um passo além.

Pensando nesse choque de segmentos, a Volvo apresentou seu mais novo SUV, o XC40. O utilitário compacto de luxo chega ao Brasil em três versões: T4, T5 Momentum e T5 R-Design. O preço, como se espera, é elevado, mas está na mesma faixa de modelos premium, ou seja, em outra categoria. A opção de entrada parte de R$ 169.950, a intermediária custa R$ 194.950 e a topo de linha sai por R$ 214.950. A primeira configuração só desembarca no Brasil no segundo semestre, as outras duas já estão disponíveis.


Com o utilitário, a Volvo espera mudar de patamar no mercado brasileiro. A expectativa da montadora é pular de cerca de 4,5 mil unidades vendidas em 2017 para mais de 6,5 mil, só com a chegada do XC 40 — apenas na pré-venda, mais de mil unidades foram reservadas. Para isso, além do preço agressivo (para o segmento), ela aposta no know how da empresa em produzir veículos seguros, bem equipados e com um conjunto mecânico consagrado. São duas opções de motor, ambas turbo 2.0, uma de 190 e outra de 256 cavalos, todas com câmbio automático de oito velocidades, direção elétrica e tração integral.

Estilo

Como toda marca, e com a Volvo não seria diferente, o XC40 segue o padrão da família. O caçula dos utilitários da sueca chega com um visual semelhante ao dos irmãos mais velhos, mas com um toque independente. A principal semelhança é no conjunto óptico (traseiro e dianteiro) que, como todos os novos modelos da marca, é de Full LED. Os faróis vêm com a a assinatura baseada no martelo de Thor (o deus nórdico do trovão), apesar que no pequeno mais parece uma flecha.

Outra similaridade é a grade frontal, gigantesca como nos outros, mas com um desenho diferente. As linhas do capô, dos para-choques, das laterais e da traseira são mais retilíneas no compacto, passando um ar bem moderno e dinâmico. Além disso, ele adotou a moda do teto bicolor, que pode variar entre branco e preto. Dessa forma, o XC40 não é uma versão mini do XC90 ou do XC60, mas sim um modelo com identidade própria, mesmo com alguns pontos semelhantes.


O interior, como por fora, segue o estilo da marca, principalmente na tela da central multimídia, que mais parece um tablet — já que ela fica na vertical e não na horizontal, como de costume. O acabamento segue o padrão da montadora, primoroso. Os materiais são de alta qualidade, como couro (normal ou alcântara), plásticos macios ao toque, alumínio, fibra de carbono (dependendo da versão) e camurça. Além disso, o cliente pode escolher diversas combinações de cores para o interior, como todo preto, todo claro, bege com preto, entre outros.

Sistema ajuda o condutor na direção

Para o XC40, a marca sueca optou por apresentar três versões. Todas são completíssimas quando falamos de equipamentos básicos para esse tipo de veículo. De série, ele vem com ar-condicionado digital com saída para a traseira, faróis Full LED, banco do motorista com ajuste elétrico, piloto automático, sensor de chuva e de estacionamento, painel de instrumentos digital com tela de 12,3 polegadas, central multimídia com tela de nove polegadas, navegador e conexão com smartphone e três portas USB.


Na parte da segurança, o SUV conta com frenagem automática, alerta de mudança de faixa, controle de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa e de descida em declive e seis airbags. A T5 Momentum acrescenta carregamento de smartphone sem fio, o ar-condicionado passa a ser dual zone, abertura das portas e partida sem a chave, câmera de ré e modos de condução programável. Já a topo de linha adiciona a extensa lista de equipamentos, teto solar panorâmico, banco do passageiro elétrico, sistema de áudio da Harman Kardon de 600W, sistema de leitura de placas, borboletas no volante, piloto automático adaptativo, sensor de estacionamento dianteiro e o Pilot Assist.

Sem as mãos

Um dos grandes diferenciais da Volvo é o sistema de condução semiautônoma Pilot Assist, que inclui uma lista de equipamentos que ajudam o motorista na condução. O primeiro item é algo que está começando a se popularizar, o piloto automático adaptativo, aquele que freia e acelera o carro sozinho, no caso do sueco, em velocidades de até 130km/h. Outro item é o assistente de permanência em faixa, que no XC40 não só avisa o motorista que ele está invadindo a pista ao lado, como mantém o carro no traçado correto. Ele é capaz até de fazer curvas sozinho.


Um detalhe curioso é que, tecnicamente, o Pilot Assist está disponível apenas na R-Design. Mas todas as versões vêm com o sistema. Se o futuro proprietário quiser comprar as opções de entrada ou intermediária com o assistente semiautônomo, basta pagar mais R$ 5 mil que o conjunto é liberado (por meio de trocas de módulos). Dessa forma, se for equipado na T4, a configuração de entrada, com o opcional Pilot Assist, chega a R$ 174.950, se tornando o veículo semiautônomo mais barato à venda no mercado brasileiro.

Na estrada

Durante o lançamento do XC40, realizado entre Itajaí e Florianópolis, em Santa Catarina (local onde está acontecendo a Volvo Ocean Race, campeonato de vela realizado em diversas cidades do mundo), o Veículos testou as duas versões T5 com motor de 256 cavalos e 35,7kgfm de torque e transmissão automática de oito velocidades. A primeira sensação é de não estar conduzindo um SUV, de tão esperto que o veículo é. Basta o mais breve toque no acelerador para o utilitário disparar pelo asfalto. E estamos falando de um veículo de 1.762kg.

Em trechos de serra, foi possível perceber como o utilitário rola bem. Em momento nenhum ele sai do trajeto, a direção é “na mão”, o sistema de tração integral ajuda a equilibrar a força entre os dois eixos. O casamento do câmbio com o motor beira a perfeição. Fazer qualquer manobra com o SUV sueco é de uma facilidade ímpar. De ultrapassagens a retomadas de velocidade, tudo é feito de forma tranquila. O conforto embarcado, também, agrada e a suspensão trabalha muito bem.

* O repórter viajou a convite da Volvo


Ficha técnica

  • Motores: 2.0 de 190cv a 5.500rpm e torque de 30,5kgfm a 1.800rpm e 256cv a 5.500rpm e torque de 35,7kgfm a 1.800rpm
  • Dimensões: 4.425mm de comprimento; 1.863mm de largura; 1.652mm de altura e 2.702mm de entre-eixos;
  • Transmissão: automática de 8 velocidades
  • Direção: elétrica
  • Porta-malas: 460 litros
  • Suspensão: independente nas quatro rodas
  • Freios: a disco nas quatro rodas
  • Preço: a partir de R$ 169.950