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Vrum testa sistema antiesmagamento de vidros

Vidro elétrico que sobe automaticamente pode até matar se não houver dispositivo que interrompa o movimento diante de qualquer tipo de obstáculo durante a trajetória

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Diante de uma recente polêmica envolvendo modelos de automóveis equipados com vidros elétricos do tipo um toque, que não têm sistema antiesmagamento, o caderno Vrum dá a dica de como realizar um teste muito simples. E a legislação que trata do assunto é obscura e pouco ajuda na segurança.

O sistema antiesmagamento, de acordo com a legislação, não é obrigatório em todos os vidros automatizados. A Resolução 762 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) determina que o sistema é compulsório em três situações: quando o acionamento do vidro for do tipo one touch (que sobe ou desce o vidro com apenas um toque); quando os vidros se fecham acionados pelo controle remoto; e quando os vidros fecham quando o veículo é trancado pela maçaneta externa.


Testamos dois modelos equipados com vidros elétricos do tipo one touch. Com o VW Fox, tudo bem: o botão foi acionado, o vidro começou a fechar, comprimiu de leve a garrafa e depois retrocedeu



A razão é simples: como o vidro fecha com uma força considerável, o antiesmagamento evita que uma pessoa possa se machucar durante um fechamento desastroso. Foi o que aconteceu recentemente em São Bernardo do Campo (SP), onde uma mãe acionou por acidente o fechamento do carro por controle remoto. As duas filhas estavam dentro do veículo e uma delas, que estava com o corpo para fora da janela, acabou tendo o pescoço comprimido pelo vidro. O vidro não retrocedeu, mas felizmente nada de grave aconteceu à criança.



GARANTIA

Preocupado com o incidente, o eletricista Ricardo Vaz, pai das meninas, resolveu apurar o acontecido. Ele descobriu que, ao instalar o fechamento dos vidros pelo controle remoto em seu Hyundai i30 CW como cortesia, a concessionária desativou o sistema antiesmagamento. Pior foi quando ele pediu que o sistema fosse reativado e a concessionária solicitou que ele assinasse um termo de responsabilidade abrindo mão dos quatro anos de garantia que restavam. De acordo com Maria Laura Santos, coordenadora do Procon de Belo Horizonte, nesse caso a garantia não pode ser suspensa porque existe uma norma (Resolução Contran 762) que torna obrigatório o equipamento.




O TESTE

Apesar de simples e até mesmo óbvio, recomendamos que o motorista faça o teste em seu carro, já que, como aconteceu com um consumidor de São Paulo, o fechamento dos vidros pela chave foi instalado pelo concessionário, que desativou o módulo antiesmagamento. O procedimento é simples. Não esqueça que o vidro elétrico deve ser do tipo one touch. Você pode pegar uma caneta ou qualquer outro objeto. Acione o botão para fechar o vidro e espere até que este comprima o objeto. Se estiver tudo certo, o vidro deve retroceder ao encostar no objeto. Se o seu carro tiver a opção de fechar os vidros pelo controle remoto, faça o mesmo. Coloque ali o objeto e acione o comando de fechamento no controle remoto. Ele deve fechar e, depois de comprimir o objeto, retroceder. Por fim, caso seu carro feche os vidros quando você o tranca por fora pela chave, proceda o teste da mesma forma.

 

FROUXO

De acordo com o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), a Resolução 762 está em análise em uma Câmara Temática da casa porque seu texto é complexo. Logo a Resolução contará com um novo texto, porém seu principal vício é não estabelecer uma punição para quem a descumpre. O artigo 3º estabelece que os fabricantes de veículos ou do componente devem obedecer a Resolução, “mantendo-se em condições de comprová-lo, quando solicitados pelo Contran”.

Já o teste feito no Fiat Uno Mille revelou que ele não tem o sistema antiesmagamento. O resultado? Pobre garrafa!