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Etanol: o combustível do futuro ou do presente?

O governo quer estimular a produção de carros híbridos flex, como uma solução para a redução de emissões. Mas não seria melhor fazer um híbrido só a etanol?

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Gasolina é mais cara em estados do norte e nordeste
Gasolina é mais cara em estados do norte e nordeste Foto: Reprodução

O governo federal resolveu agora se preocupar com o combustível do futuro, para a limpeza do meio ambiente. Está buscando fórmulas, receitas para incentivar a produção dos carros que não poluem, sejam os elétricos ou híbridos flex. Mas por que estimular o híbrido flex, que tem um motor elétrico e outro a combustão que funciona com etanol, gasolina ou a mistura de ambos?

O carro híbrido tem um motor a combustão e outro elétrico, que não emite carbono, CO². Mas, e o flex? O governo acha mesmo que estimulando a produção do carro híbrido flex estará contribuindo para a limpeza do meio ambiente com consequente redução de emissões? Isso é uma hipocrisia e vamos explicar por que.

O carro flex funciona com gasolina, etanol ou a mistura de ambos em qualquer proporção. E sabe o que dizem as estatísticas e a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)? Que 70% dos carros flex que trafegam pelo país usam gasolina, e não etanol. E mesmo diante disso, o governo afirma estar fazendo a parte dele, estimulando o uso do carro flex.

Na década de 1980 os usineiros resolveram produzir açúcar, que estava com o preço em alta no mercado internacional, e reduziram a produção de álcool. Com isso, quem tinha carro a etanol passou aperto, pois não encontrava o combustível para abastecer. O consumidor, então, ficou cabreiro com os carros que tinham motor a etanol.

Mas essa é a solução. Se o governo tiver mesmo interesse em contribuir para reduzir emissões e limpar o meio ambiente, tem que prestigiar o carro com motor que funcione só com etanol. Nada de flex! Até porque o motor a etanol é mais barato do que o flex, pois não tem tantos componentes eletrônicos que permitam que ele funcione com os dois combustíveis. Isso encarece o motor.

E se o motor funciona apenas com etanol, o desempenho será melhor do que os flex atuais. Portanto, essa é a solução, caso o governo esteja mesmo interessado no combustível do futuro. Na verdade, ele não é do futuro. É do presente e se chama etanol.

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