O Papo de Estúdio está de volta e dessa vez para falar de carros icônicos que ainda estão presentes na vida ou na memória de muitos brasileiros. Modelos que foram produzidos em diferentes épocas são abordados por Boris Feldman, Enio Greco, Pedro Cerqueira e Alexandre Carneiro, membros da equipe do Portal Vrum. Cada um foi encarregado de falar sobre um carro que marcou época, que deixou saudade ou que caiu no esquecimento por causa de problemas.
E Boris Feldman escolheu entre os carros icônicos produzidos no Brasil um modelo que no passado era visto como símbolo de status: o Chevrolet Opala. Produzido de 1968 a 1992, o sedan foi lançado pela General Motors para concorrer com o Ford Galaxie. Teve sua carroceria inspirada no alemão Opel Rekord, mas trazia semelhanças e a mecânica do norte-americano Chevrolet Impala. Da junção de Opel e Impala, nasceu o Opala.
Ao falar sobre o Opala, Boris Feldman relembra que o modelo está entre os carros icônicos porque deixou uma legião de fãs apaixonados. Ele conta que correu com o sedan da Chevrolet em Interlagos nos anos 1970, época em que o famoso piloto Toninho da Mata também fazia mostrava suas habilidades ao volante de um Opala.
Mas nem tudo são flores e Boris fala também sobre os problemas do Opala, como o motor de seis cilindros, que inicialmente era o 3.800 e depois veio o famoso 4.100. Eram motores muito pesados, que faziam trincar as longarinas dianteiras, além do alto consumo de combustível. Boris lembra ainda que as rodas do Opala se soltavam, provocando acidentes.
Porém, o Chevrolet Opala entrou para a galeria de carros icônicos no Brasil como um dos modelos mais luxuosos comercializados no mercado brasileiro. Foi um sucesso de vendas durante mais de duas décadas. Boris lembra que a Ford até tentou encarar o Opala com o seu Maverick, mas saiu perdendo na briga.
Um hatch ou uma perua compacta?
Para falar de carros icônicos, Pedro Cerqueira enfocou a Volkswagen Brasília, um modelo que chamou sua atenção na década de 1980 pelo design. Era um hatch, mas parecia uma perua compacta. Desenhado e projetado por José Vicente Martins e Márcio Piancastelli, o modelo foi produzido de 1973 a 1982.
Tinha motor 1.6 a gasolina e câmbio de quatro marchas. Como o motor era instalado na traseira do carro, ficava dentro do habitáculo, coberto por uma tampa grossa com trava. Mas não era suficiente para bloquear o cheiro de gasolina, a fumaça e o calor que vinham do motor e do sistema de escapamento.
Projeto moderno de uma carro global
Alexandre Carneiro destaca entre os carros icônicos vivos em sua memória o Chevrolet Monza, Inspirado no europeu Opel Ascona, o modelo foi produzido no Brasil de 1982 a 1996, totalizando cerca de 858 mil unidades. Tinha diferentes versões com motores 1.6, 1.8 e 2.0. Chegou como um projeto moderno para a época, um carro global da marca Chevrolet.
O Chevrolet Monza foi visto por muitos no mercado brasileiro como um sonho de consumo e por isso passou por algumas reestilizações, sendo o carro mais vendido no Brasil de 1984 a 1986. Tratava-se de um projeto mais moderno que o Opala e ambos conviveram no mercado até 1992. Alexandre preserva um Monza modelo 1993/1994 que pertenceu ao seu pai e, devido ao valor sentimental, nem pensa em vender o carro.
Um esportivo de fibra
E para Enio Greco um modelo marcante entre os carros icônicos produzidos no Brasil é o Puma. A história do esportivo começou no início da década de 1960, quando o imigrante italiano Rino Malzoni quis projetar um carro de competição para desbancar os Willys nas pistas. O modelo com carroceria de fibra de vidro e motor três cilindros da DKW de 981cm³ acabou vencendo algumas corridas em Interlagos.
Em 1963, das pistas Rino Malzoni criou a Lumimari junto com os sócios Luiz Roberto Alves da Costa, Milton Masteguin e Mario Cezar de Camargo Filho. No ano seguinte a empresa mudou o nome para Puma Veículos e Motores, e posteriormente para Puma Indústria de Veículos S/A, em 1974. E muita coisa ainda aconteceria na história dessa marca que produziu modelos esportivos e caminhões.
A Puma usou a mecânica DKW até 1969, quando passou a equipar o pequeno esportivo com motor quatro cilindros refrigerado a ar da Volkswagen. Depois, na década de 1990, utilizou o famoso motor VW AP refrigerado a água. E teve ainda modelos equipados com motores de quatro e seis cilindros da General Motors.
Mas o Puma Tubarão é o modelo que está entre os carros icônicos na memória de Enio Greco, por suas formas aerodinâmicas e desenho inconfundível. Por ser muito leve, tinha um desempenho razoável para a época, mas sua esportividade estava mais no visual do que na performance. Foi o esportivo que estava mais próximo da realidade do consumidor brasileiro na época.
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